quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Ninho na BIO: joão bobo



joão bobo: a fêmea é marron, o macho carijó (azul e branco)

Ninho na BIO: em choco. o primeiro ninho de joão bobo identificado


uma massa de pedaços secos do cipó da mucuna entrelaçada num tronco da tithonia

Ninho na BIO: vazio, pássaro desconhecido






nota-se  cordões na construção do ninho.





Ninho área externa do tepuy: jataí











Ninho na BIO: trigona hyalinata






trigona hyalinata: abelhas sem ferrão, a importância da preservação

(29/12/2005)
Ações do documento
Fábia de Mello Pereira*
A criação racional das abelhas da tribo meliponini e da tribo trigonini é denominada de meliponicultura. Conhecidas popularmente como abelhas sem ferrão ou abelhas nativas ou indígenas, essas abelhas possuem ferrão atrofiado, não conseguindo utilizá-lo como forma de defesa. Algumas espécies são pouco agressivas, adaptam-se bem a colméias racionais e ao manejo e produzem um mel saboroso e apreciado. Além do mel, essas abelhas podem fornecer, para exploração comercial, pólen, cerume, geoprópolis e os próprios enxames. Outras formas de exploração são: educação ambiental, turismo ecológico e paisagismo.

A polinização é outro produto importante fornecido pelos meliponideos. Uma vez que não possuem o ferrão, as abelhas nativas podem ser usadas com segurança na polinização de espécies vegetais cultivadas no ambiente fechado da casa de vegetação. Além disso, algumas culturas, como o pimentão, necessitam que, durante a coleta de alimento, a abelha exerça movimentos vibratórios em cima da flor para liberação do pólen. Esse comportamento vibratório é típico de algumas espécies de abelhas nativas, mas não é observado na abelha africanizada (Apis mellifera), que não consegue ser um agente polinizador eficiente dessas culturas.

No Brasil são conhecidas mais de 400 espécies de abelhas sem ferrão que apresentam grande heterogeneidade na cor, tamanho, forma, hábitos de nidificação e população dos ninhos. Algumas se adaptam ao manejo, outras não. Embora vantajosa, a criação racional dessas abelhas é dificultada pela escassez de informações biológicas e zootécnicas, pois muitas sequer foram identificadas ao nível de espécie.

Devido a essa diversidade, é fundamental realizar pesquisas sobre comportamento e reprodução específicas para cada espécie; adaptar técnicas de manejo e equipamentos; analisar e caracterizar os produtos fornecidos e estudar formas de conservação do mel que, por conter mais umidade do que o mel de Apis mellifera, pode fermentar com mais facilidade. A alta cotação do preço do mel das abelhas nativas no mercado, que em média varia de R$ 15,00 a 50,00 cada litro, aliada ao baixo investimento inicial e a facilidade em manter essas abelhas próximo das residências, tem estimulado novos criadores a iniciarem nessa atividade.

Entretanto, muitos produtores em busca de enxames para povoarem os meliponários, acabam atuando como verdadeiros predadores, derrubando árvores para retirada das colônias, que, muitas vezes, acabam morrendo devido a falta de cuidado durante o translado e ao manejo inadequado.

Outra causa da morte das colônias é a criação de espécies não adaptadas à sua região natural. É relativamente comum que produtores iniciantes ou experientes das regiões Sul e Sudeste do Brasil queiram criar abelhas nativas adaptadas às regiões Norte e Nordeste, e vice-versa. A falta de adaptação dessas abelhas às condições ambientais da região em que são colocadas acabam por matar as colônias, podendo contribuir para a extinção das mesmas.

A quantidade de colônias nos meliponários também é um fator crucial para preservação das espécies. Várias pesquisas indicam que, quando a espécie criada não ocorre naturalmente na região do meliponário, são necessários pelo menos 40 colônias para garantir uma quantidade de alelos sexuais e evitar que os acasalamentos consangüíneos provoquem a morte das mesmas em 15 gerações. Embora somente três espécies de abelhas estejam na lista de animais em risco de extinção do Ibama (Exomalopsis (Phanomalopsis) atlantica; Melipona capixaba e Xylocopa (Diaxylocopa) truxali), e dessas somente a Melipona capixaba é social, sabe-se que nas reservas florestais a quantidade de ninhos de abelhas sem ferrão vem se reduzindo ano a ano.

A extinção dessas espécies causará um problema ecológico de enormes proporções, uma vez que as mesmas são responsáveis, dependendo do bioma, pela polinização de 80 a 90% das plantas nativas no Brasil. Assim, o desaparecimento das abelhas causaria a extinção de boa parte da flora brasileira e de toda a fauna que dependa dessas espécies vegetais para alimentação ou nidificação. Conscientes do problema, o governo brasileiro, por meio do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) publicou no Diário Oficial da União em 17 de agosto de 2004 a RESOLUÇÃO Nº 346 DE 06 DE JULHO DE 2004, que disciplina a utilização de abelhas silvestres nativas, bem como a implementação do meliponário.

Contudo, sabe-se que somente a criação de uma legislação normativa não é suficiente para preservação de espécies da fauna e flora nativa. É necessário, também, um programa informativo visando a capacitação e sensibilização para que os produtores não só sejam conscientizados, mas também sejam capazes de mobilizar e informar aos seus vizinhos sobre o problema. Resta, assim, fazer um apelo não só aos governos nos níveis federais, estaduais e municipais, mas também à sociedade como um todo para que se comece a divulgar os problemas acarretados pela retirada indiscriminada dessas abelhas da mata. A criação dos meliponídeos deve ser realizadacom responsabilidade para evitar a extinção das abelhas e, a médio e longo prazo, a extinção da flora e fauna que dependem direta ou indiretamente desse importante agente polinizador.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

irara: ipecacuanha como antídoto

"A planta medicinal que mais interessou os europeus, entretanto, foi a ipecacuanha, também conhecida como poaia, que significa “planta de doente de estrada” – usada como purgativo e antídoto para qualquer veneno. Contavam os anciãos que o uso da planta havia lhes sido ensinada pela irara, animal que tinha por hábito alimentar-se das raízes e folhas da ipecacuanha, sempre que tivesse bebido água malsã de um pântano ou alguma água impura. Deste modo, tomaram para si a lição e passaram a fazer uso da planta sempre que necessário. A ipecacuanha foi uma das primeiras plantas a ser submetida a uma pesquisa científica."

“Atualmente, sabe-se que a emetina e a cefalina, dois alcaloides con­tidos na raiz da ipecacuanha, têm grande valor farmacológico. Estes componentes são particularmente eficazes como antidiarreicos, amebicidas, expectorantes e antiinflamatórios. Mas, infelizmente, a planta está amea­çada de extinção”, explicou Cristina."

Livro: Doenças e curas: o Brasil nos primeiros séculos
Autora: Cristina Gurgel
Editora: Contexto
Preço: R$ 33,00
http://www.ethosonline.com.br/?pg=noticias_cont&id=1415

brazil biodiversity irara: eira barbara. perturbação em apiários leva à perseguição da irara (foto wikipedia).



Ficheiro:Eira barbara.jpg

amazônia: uma floresta de alimentos

cerrado, mata atlântica, caatinga. em toda parte há algum alimento
para quem quer ousar.
aqui uma proposta de alimentos da amazônia http://www.oecoamazonia.com/br/artigos/9-artigos/294-amazonia-a-saida-e-a-floresta-de-alimentos-parte-3-vamos-aos-cardapios

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Trigona hyalinata na BIO


Muito semelhante à trigona spinipes (fabricius, 1793), a trigona hyalinata tem asas leitosas e faz seus ninhos em paredes. Esta abelha sem ferrão
é encontrada na BIO.

 Ela vivia desde 1990 no tepuy, quando ainda era apenas uma propriedade residencial. Posteriormente se adaptou melhor na BIO, onde construiu seu ninho, mais perto dos frutos de uma hera nos quais ela coleta seiva. Também foi observada em grande quantidade nas flores da  pata de vaca de flores brancas, cujos botões ela perfura, e nos maracujazeiros., nos quais não identificamos danos aparentes.

A seguir um artigo bem humorado de pesquisas sobre a trigona hyalinata.




abelhas sem ferrão em foco na embrapaAmazônia Oriental e Embrapa Semi-Árido

Um projeto da Embrapa vai realizar  estudos em 13 espécies de abelhas sem ferrão, de importância econômica e ambiental. Especialistas da EmbrapaAmazônia Oriental irão pesquisar oito, dentre elas: uruçu cinzenta, uruçu amarela, canudo amarela, jataí, canudo  e urucu boca de renda. Na Embrapa Meio Norte, serão três (jandaira, uruçu e tujuba), e outras duas na Embrapa Semi-Árido (mandaçaia e manduri ou monduri). Exemplares de abelhas sem ferrão coletados em áreas de ocorrência natural vão ser mantidos sob congelamento para caracterização de DNA.

Márcia afirma que todos esses estudos podem auxiliar a reduzir uma lacuna na pesquisa: o pouco conhecimento acerca da extinção das espécies de abelhas no país. 

Com a devastação de áreas naturais, certamente  as perdas serão consideráveis. O mais grave é que se acredita que cerca de 90% da polinização das árvores nativas são feitas pelas abelhas sem ferrão. Se esses insetos forem extintos, colocarão em risco a reprodução de espécies vegetais nos biomas brasileiros. Mesmo nos sistemas agrícolas, onde se recorre a tecnologias sofisticadas de produção, gerência ecomercialização, não se pode dispensar os "serviços de polinização" das abelhas.

Os estudos que começam a ser realizados pelo projeto preveem a identificação e caracterização das abelhas com ênfase nos locais que elas utilizam para fazer seus ninhos, na sua distribuição geográfica e espécies de plantas visitadas para coleta de néctar, pólen e resina. 

Das 20 mil espécies de abelhas que existem em todo o planeta, apenas cerca de 400 são sem ferrão. Sem predadores a ameaçar sua existência, elas evoluíram perdendo a capacidade de ferroar e injetar veneno. Contudo, mantêm formas inusitadas de defesa como se enroscar nos cabelos, morder ou colocar secreções ácidas sobre a pele das pessoas, o que causa grande irritação e ardência.

Diferenças - Além da presença de ferrão (ou não) há outras características que diferenciam as chamadas abelhas melíferas ou abelhas 'europa' dos meliponíneos. Entre elas estão a maneira de comunicar as fontes de alimentos: enquanto as primeiras dançam, as segundas fazem indicações com pistas de cheiro e vibração de asas, e ainda indicam a altura em que está a comida. As abelhas com ferrão, diante da falta de alimento, costumam abandonar coletivamente o local, num enxame de abandono. Nos meliponíneos isso  é incomum porque a rainha,com as asas desgastadas pela idade, não consegue voar e acompanhar as operárias.

O tamanho das colônias também é muito diferente. Das sem ferrão, possuem, em média, entre 500 e 1000, embora existam espécies com até 3500 e 5000 indivíduos de uma população normal. No caso da abelha cachorro, arapuá ou irapuá – como é conhecida em vários lugares – ela pode atingir 30 mil indivíduos. As abelhas melíferas, que não são nativas do Brasil, as colônias chegam a abrigar até 80 mil indivíduos. A diferença é muito grande, daí se conclui que a produção de mel no caso das abelhas nativas é bem menor

Marcelino Ribeiro (MTb 1127/BA) 
Embrapa Semi-Árido
Contato: (87) 3862-1711
marcelrn@cpatsa.embrapa.br 

números primos: uma análise do ciclo reprodutivo da cigarra Magicicada


"A seleção natural dos números primos como resultado
de uma estratégia evolucionária."

(...) de como a dinâmica da população, em pequenos grupos, influencia o comportamento de um ecossistema inteiro."


Vinicius Isola e Douglas S. Galvão


cigarras: primeiro canto no segundo dia da primavera

no tepuy, às 18:29' horas, no segundo dia da primavera, ouviu-se o primeiro canto da cigarra.

a primeira chuva no tepuy e na bio ocorreu no último dia de inverno depois de mais de 55 dias de estiagem.
e, a partir daí, choveu todas as tardes ou, pelo menos, durante a noite.
portanto, as cigarras surgiram após três dias de chuvas.

hoje, às 17:40' h novamente se ouviu o canto de cigarras por alguns minutos.

as fotos devem demorar um pouco porque ainda não houve nenhum avistamento.

Costa Neto do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal
de Feira de Santana, em seu artigo sobre o uso de imagens de insetos em
cartões telefônicos descreve a presença da cigarra associada à chuvas em diversas
culturas:

"Sobre a cigarra (Homoptera, Cicadidae), há um cartão
emitido pela Telegoiás – BrasilTelecom em novembro de
2000 que traz uma poesia relacionada com o significado
semiótico do “canto” produzido pelo inseto: “Na secura do
cerrado, na dureza desse tronco, canto cumprindo o meu
dever: chamar chuva para alegrar os homens” (poesia de
Leila Ribeiro).  De fato, em muitas regiões do mundo a
cigarra é tida como um entomoindicador meteórico porquanto diferentes culturas associam a atividade das cigarras
com os períodos de inverno e/ou verão. Para os índios
Yukpa que vivem na Amazônia colombiana, as cigarras
desempenham um papel importante no ciclo de cultivo
como indicadoras de mudanças climáticas. A semeadura do
milho tem início quando a  tipaína  começa a “cantar”.
Quando a “cantiga” acaba, os Yukpa sabem que a estação
chuvosa chegou (Ruddle, 1973). Em Zâmbia, a emergência
de cigarras adultas é considerada como um indicativo de
que a estação das águas está próxima. Os agricultores
começam, então, a preparar os campos para o cultivo. O
grau de intensidade do canto da cigarra indica a quantidade
de chuva que irá cair. Quanto mais alto for o som, mais
chuva é esperada (Mbata, 1999). Para os membros da etnia
Hñähñu que vivem no estado mexicano de Hidalgo,
Proarna sp. anuncia quando o dia começa a esquentar
porque inicia seu chamamento às dez horas (Maya, 2000).

http://www.sea-entomologia.org/PDF/BOLETIN_36/B36-069-317.pdf



domingo, 23 de setembro de 2012

Eulaema quadragintanovem: ronaldinho gaúcho do atlético dá nome a abelha do ceará



Exemplar da abelha Eulaema quadragintanovem, ou 49, batizada em homenagem à camisa de Ronaldinho no Atlético Mineiro
foto do http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1152554-nova-especie-de-abelha-e-batizada-em-homenagem-a-ronaldinho.shtml


'Eulaema quadragintanovem' 


 André Nemésio, doutor em Ecologia e professor da UFU, Universidade Federal de Uberlândia (MG).
Nemésio e Rafael Ferrari, estudante de mestrado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deram o nome inusitado à abelha
como forma de chamar a atenção
para um problema sério: o risco de desaparecimento da espécie,  
antes de se completarem as pesquisas. 
Quadragintanovem, 49 em latim, é o número da camisa,
atual, de Ronaldinho Gaúcho, jogador do Atlético Mineiro.
Nemésio é torcedor do Clube Atlético Mineiro,
e já homenageou o clube do coração com outra descoberta,
também, uma abelha.

Até agora foram encontrados dois exemplares machos, mas nenhuma fêmea.

E.49 vive em áreas úmidas, em brejos de altitude,
mas, devido ao desmatamento pode estar em vias de extinção
levando a um desequilíbrio ecológico.




sábado, 22 de setembro de 2012

dossel da primavera no sol a pino

PRIMAVERA 2012

PRIMAVERA DE 2012  CARACTERÍSTICAS GERAIS
A Primavera teve início às 11h49 do dia 22 de setembro de 2012. Com a chegada da nova estação, há uma mudança no regime de chuvas e temperaturas na maior parte do Brasil. Nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, as chuvas passam a ser mais intensas e freqüentes, marcando o período de transição entre a estação seca e a estação chuvosa. Durante a primavera, iniciam-se as pancadas de chuva no final da tarde ou noite, devido ao aumento do calor e da umidade que se intensificam gradativamente no decorrer desta estação. Em algumas ocasiões, podem ocorrer raios, ventos fortes e queda de granizo. Na Região Sul, ocorrem poucas alterações nos totais mensais de chuva, sendo o regime praticamente uniforme ao longo de todo o ano. Contudo, aumenta a ocorrência de raios e de “complexos convectivos”, sistemas que provocam grande quantidade de chuva em períodos relativamente curtos. No trimestre setembro, outubro e novembro, a maior parte da Região Nordeste encontra-se na sua estação seca, exceto no sul dos Estados do Piauí, Maranhão e no oeste da Bahia. No centro-sul da Região Norte, o período chuvoso inicia-se nos meses de outubro e novembro, com o aumento gradativo das pancadas de chuva e trovoadas. Na primavera, as temperaturas aumentam gradativamente nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No Brasil Central, as temperaturas máximas podem atingir valores muito elevados em função da forte radiação solar e da maior freqüência de dias com céu claro. Contudo, neste período, ainda podem ocorrer incursões de massas de ar frio intensas e que podem causar declínio acentuado da temperatura no centro-sul do País. Nas Regiões Norte e Nordeste do Brasil, há pouca variação de temperatura ao longo do ano.http://clima1.cptec.inpe.br/estacoes/
cereus  unus versus alia

o ethnos 

a visão do uno que volta-se sobre si mesmo
numa circunvolução em espiral

a apropriação do meio ambiente pela mente humana

no universo humano, mais precisamente no ser humano
diante de si, observando e captando o meio ambiente,
apropriando-se de suas características e imagens,
diversificado em múltiplas expressões de acordo com
cada etnia,
foram criadas novas formas, e, para garantir sua função e atuar no universo pré existente muitas são antropormóficas, e as plantas ganham novas funções.
é assim que o gavião se torna Hórus,
a raiz se torna Mani,
a folha ganha atributo de lança e espada.

o olhar arguto sobre a criação humana  identifica um
universo com formas caleidoscópicas e atributos de
fractal.