segunda-feira, 24 de setembro de 2012

abelhas sem ferrão em foco na embrapaAmazônia Oriental e Embrapa Semi-Árido

Um projeto da Embrapa vai realizar  estudos em 13 espécies de abelhas sem ferrão, de importância econômica e ambiental. Especialistas da EmbrapaAmazônia Oriental irão pesquisar oito, dentre elas: uruçu cinzenta, uruçu amarela, canudo amarela, jataí, canudo  e urucu boca de renda. Na Embrapa Meio Norte, serão três (jandaira, uruçu e tujuba), e outras duas na Embrapa Semi-Árido (mandaçaia e manduri ou monduri). Exemplares de abelhas sem ferrão coletados em áreas de ocorrência natural vão ser mantidos sob congelamento para caracterização de DNA.

Márcia afirma que todos esses estudos podem auxiliar a reduzir uma lacuna na pesquisa: o pouco conhecimento acerca da extinção das espécies de abelhas no país. 

Com a devastação de áreas naturais, certamente  as perdas serão consideráveis. O mais grave é que se acredita que cerca de 90% da polinização das árvores nativas são feitas pelas abelhas sem ferrão. Se esses insetos forem extintos, colocarão em risco a reprodução de espécies vegetais nos biomas brasileiros. Mesmo nos sistemas agrícolas, onde se recorre a tecnologias sofisticadas de produção, gerência ecomercialização, não se pode dispensar os "serviços de polinização" das abelhas.

Os estudos que começam a ser realizados pelo projeto preveem a identificação e caracterização das abelhas com ênfase nos locais que elas utilizam para fazer seus ninhos, na sua distribuição geográfica e espécies de plantas visitadas para coleta de néctar, pólen e resina. 

Das 20 mil espécies de abelhas que existem em todo o planeta, apenas cerca de 400 são sem ferrão. Sem predadores a ameaçar sua existência, elas evoluíram perdendo a capacidade de ferroar e injetar veneno. Contudo, mantêm formas inusitadas de defesa como se enroscar nos cabelos, morder ou colocar secreções ácidas sobre a pele das pessoas, o que causa grande irritação e ardência.

Diferenças - Além da presença de ferrão (ou não) há outras características que diferenciam as chamadas abelhas melíferas ou abelhas 'europa' dos meliponíneos. Entre elas estão a maneira de comunicar as fontes de alimentos: enquanto as primeiras dançam, as segundas fazem indicações com pistas de cheiro e vibração de asas, e ainda indicam a altura em que está a comida. As abelhas com ferrão, diante da falta de alimento, costumam abandonar coletivamente o local, num enxame de abandono. Nos meliponíneos isso  é incomum porque a rainha,com as asas desgastadas pela idade, não consegue voar e acompanhar as operárias.

O tamanho das colônias também é muito diferente. Das sem ferrão, possuem, em média, entre 500 e 1000, embora existam espécies com até 3500 e 5000 indivíduos de uma população normal. No caso da abelha cachorro, arapuá ou irapuá – como é conhecida em vários lugares – ela pode atingir 30 mil indivíduos. As abelhas melíferas, que não são nativas do Brasil, as colônias chegam a abrigar até 80 mil indivíduos. A diferença é muito grande, daí se conclui que a produção de mel no caso das abelhas nativas é bem menor

Marcelino Ribeiro (MTb 1127/BA) 
Embrapa Semi-Árido
Contato: (87) 3862-1711
marcelrn@cpatsa.embrapa.br 

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