sábado, 29 de dezembro de 2012

2012/2013. Ano do Brasil em Portugal. Vale do Baixo Mondego.

FAUNA

O Vale do Baixo Mondego foi, outrora, uma imensa Zona Húmida que, ao longo de milénios, proporcionou condições ideais para a existência e desenvolvimento de muitas espécies animais, que aí concentravam grandes efectivos populacionais. Actualmente, para além do estuário, restam apenas algumas zonas húmidas, que têm assegurado a continuidade das formações e comunidades representativas, e bem assim contribuído para a manutenção da sua diversidade biológica.
A RNPA é uma dessas últimas zonas húmidas, com factores geográficos, extensão e cobertura vegetal adequados à fixação e desenvolvimento de diversas comunidades, principalmente aves, que utilizam a Reserva Natural quer como local de nidificação, quer como refúgio de inverno ou, ainda, como área de repouso e alimentação durante as migrações.
A existência das diferentes comunidades faunísticas, bem como dos seus efectivos populacionais, não apresenta de forma alguma valores estáticos; pelo contrário, estes são indicadores da evolução de um ecossistema naturalmente frágil, cujos estatutos de protecção não obstam a que nele ocorram transformações, sendo muitas delas devidas a factores exógenos, por vezes complexos, cujos parâmetros nem sempre são de fácil definição.


ESPÉCIES
Estão referenciadas até agora, 207 espécies de Invertebrados, pertencentes a 5 Classes: Turbelários (1 espécie), Moluscos (30 espécies), Anelídeos (4 espécies), Aracnídeos (1 espécie) e Insectos (171 espécies).
Relativamente às Classes de Vertebrados, estão referenciadas 181 espécies, cuja distribuição é a seguinte:

Peixes
Estão referenciadas 15 espécies.
Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, existe 1 espécie com estatuto de Vulnerável, 1 espécie com o de Insuficientemente Conhecida e 1 com o de Comercialmente Ameaçada. No Anexo III da Convenção de Berna, encontram-se 3 espécies; no Anexo B II da Directiva Habitats encontram-se igualmente 3 espécies. Destacamos a ocorrência de 2 endemismos ibéricos – o Barbo (Barbus bocagei) e a Boga (Chondrostoma polylepis) – e 1 endemismo lusitano – Ruivaco (Rutilus macrolepidotus).

Anfíbios

Foram identificadas até à data 8 espécies; encontram-se todas ao abrigo da Convenção de Berna, pertencendo 6 ao Anexo III e 2 ao Anexo II; a Directiva Habitats abrange 1 espécie do Anexo B II e 2 do Anexo B IV. Destacamos a ocorrência de 3 endemismos ibéricos – Tritão–de-ventre-laranja (Triturus boscai), Rã-de-focinho-ponteagudo (Discoglossus galganoi) e Sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes ibericus).

Répteis
Encontram-se referenciadas 11 espécies; estão todas abrangidas pela Convenção de Berna, sendo 8 do Anexo III e 3 do Anexo II; na Directiva Habitats encontram-se 3 espécies – 2 no Anexo B II e 1 no Anexo B IV. É de salientar a existência de 1 endemismo ibérico: o Lagarto-de-água (Lacerta schreiberi).

Aves 
Os resultados dos diversos estudos e contagens, permitem-nos referenciar, até à data, um total de 126 espécies. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, 1 espécie é considerada Em Perigo, 8 espécies têm estatuto Vulnerável, 6 têm estatuto de Rara e 5 o de Insuficientemente conhecida. Das 126 espécies, 117 encontram-se ao abrigo da Convenção de Berna, sendo 35 do Anexo III e 82 do Anexo II; 55 espécies pertencem ao Anexo II da Convenção de Bona; encontram-se ainda 17 espécies abrangidas pela Directiva Aves. Merecem destaque a Águia-pesqueira (Pandion haliaetus), o Goraz (Nycticorax nycticorax), a Garça-vermelha (Ardea purpurea), a Águia-sapeira (Circus aeruginosus), a Águia-calçada (Hieraaetus pennatus), a Cigarrinha-ruiva (Locustella luscinioides), a Águia-cobreira (Circaetus gallicus), o Garçote (Ixobrychus minutus), o Milhafre-preto (Milvus migrans), e a Narceja (Gallinago gallinago).

Mamíferos
Registaram-se até agora 21 espécies de mamíferos. Segundo o Livro Vermelho dos Vertebrados, 2 espécies têm estatuto de Vulnerável e 2 espécies o de Insuficientemente conhecida. Encontram-se abrangidas pela Convenção de Berna 13 espécies – 9 no Anexo III e 4 no Anexo II; 4 espécies pertencem ao Anexo II da Convenção de Bona e 1 ao Anexo B II da Directiva Habitats. Destaca-se a presença de 2 endemismos ibéricos: o Musaranho-de-dentes-vermelhos (Sorex granarius) e o Rato-das-hortas (Mus spretus); destaque ainda para a Lontra (Lutra lutra) e o Gato-bravo (Felis silvestris).

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