domingo, 21 de abril de 2013

Brazil water. Águas. Processo de Salinização das Águas Superficiais e Subterrâneas no Nordeste Brasileiro

João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco

 Existe uma preocupação das pessoas, principalmente no meio político, em tentar resolver os problemas do Nordeste brasileiro com soluções imediatistas que, necessariamente, passam pelo uso indiscriminado da irrigação. "Havendo água, o Nordeste estará salvo !".

Esta assertiva ficou bem evidenciada na região, em programas de governos passados para produtores de baixa renda, como os projetos Irriga Pernambuco, Chapéu de Couro, Asa Branca e Água na Roça, em Pernambuco; na Paraíba, com o projeto Canaã e, por iniciativa do governo federal, os projetos do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico para o Nordeste-PDCT-NE e Polo Nordeste, como alternativas viáveis para fixação do homem no campo. Os produtores, por sua vez, eram convencidos a adquirir equipamentos de irrigação, financiados a juros baixos ou mesmo a eles entregues de forma paternalista, sem haver, no entanto, a preocupação de se levar em conta as características ambientais como a qualidade do solo e clima locais, a quantidade e qualidade da água a ser utilizada, nem tampouco as condições de crédito, a existência de tecnologia, insumos e equipamentos, assistência técnica e uma política agrícola regional que tornasse a terra viável também para os pequeno produtores para, a partir daí, haver a indicação do sistema mais propício, ou mesmo a não utilização da irrigação nas áreas possuidoras de situações adversas. Em suma, cada governo cria o seu programa, na maioria das vezes sem levar em consideração as informações técnicas disponíveis ou mesmo as experiências vividas em outros programas semelhantes, gerando, com isso, insatisfações no meio produtivo e inevitáveis prejuízos ao ambiente.

Esta mentalidade de nossos governantes, independentemente de partidos políticos, tem levado vários programas de desenvolvimento a enfrentar problemas de difícil solução, com a iminente degradação dos solos por salinização e/ou sodificação, problema este que vem assolando os perímetros irrigados da região e que alcança, atualmente, patamares da ordem de 25 a 30% de suas áreas, conforme têm demonstrado alguns trabalhos realizados pela SUDENE. (GOES, 1978).
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