sábado, 6 de abril de 2013

O futuro da cultura agricola no Brasil: entrevista com os pesquisadores Assad e Pinto.

http://www.macroprograma1.cnptia.embrapa.br/scaf/noticias/foto-unicamp-entrevistas-12-de-outubro-os-pesquisadores-eduardo-assad-e-hilton-silveira-pinto-falam-sobre-os-efeitos-do-aquecimento-global-na-producao-agricola-brasileira 
Inversão nas áreas de cultivo por mudança climática.

Assad: Mantidas as condições atuais, a produção de alimentos está ameaçada. O País está em risco? Está. Tudo está perdido? Não. O recado desse estudo é: temos soluções. Uma é mitigação, e ela é política. Podemos adotar práticas de mitigação imediatamente, como fomentar o plantio direto, incentivar a integração entre pecuária e lavoura e os sistemas agrossilvopastoris, reduzir queimadas e o desmatamento, recuperar as pastagens. Só de pasto degradado temos quase 100 milhões de hectares. O importante é mudar o parâmetro de manejo agrícola do Brasil. Tudo isso é “caneta” e pode imediatamente reduzir as emissões de gases de efeito estufa e seqüestrar carbono. Outra coisa é se adaptar para a nova situação. Ouvimos muita gente falar que ainda não tem motivo para preocupação, que os problemas são só para daqui 10, 20 anos. Mas não é assim. Para lançar uma nova variedade mais adaptada são necessários uns 10 anos e muito dinheiro. Mais ou menos R$ 12 milhões por ano em melhoria genética – por alto dá R$ 120 milhões para uma variedade. Então temos de começar a trabalhar desde já nisso, no melhoramento genético para suportar até 2ºC de aumento de temperatura e deficiência hídrica. E também buscar a adaptação das cultivares que estão aí. Vamos, por exemplo, levar o café mais para o sul, ver se as culturas se dão bem em outros lugares.

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