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Jorge Paiva (Biólogo)
Centro de Ecologia Funcional. Universidade de Coimbra
A história da nossa floresta (silva, em latim), nunca é referida nas
Escolas, quando foi extremamente
relevante para a conquista do nosso
território continental e para os Descobrimentos.
A floresta portuguesa
(silva lusitana) desde que o homem habita a Península Ibérica, foi muito
importante para acoitar os lusitanos quando Viriato lutou contra os
romanos; para refúgio dos nossos exércitos nas pelejas contra os mouros;
assim como também o fizeram os franceses que acoitaram os seus
exércitos clandestinos no “maquis” na luta contra a ocupação alemã na
última Grande Guerra; os vietnamitas que se refugiaram nas florestas
tropicais (pluvisilva) na guerra contra os americanos e os povos
africanos fizeram o mesmo nas lutas para as respectivas independências.
(...)
Quando o homem inicia o cultivo de cereais (trigo e cevada) e a
domesticação de animais (cabra, ovelha e porco) há cerca de 8-7 mil
anos, inicia-se a degradação da fagosilva. Uma parte das montanhas do
norte do país, como, por exemplo, a serra de Castro Laboreiro, talvez já
estivesse com a floresta muito degradada no inicío da nossa
nacionalidade. A riqueza arqueológica dessa região (mamoas, castros,
etc.) assim o comprova. Essa degradação continuou depois com a
pastorícia e agricultura rural até aos nossos dias, de que as brandas,
inverneiras, vezeiras, socalcos e prados-de-lima são ainda o testemunho
desse património cultural a preservar.
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