sábado, 3 de agosto de 2013

Brazil biodiversity: beija-flores. O legado de Augusto Ruschi.

 http://pt.wikipedia.org/wiki/Augusto_Ruschi
No fim da vida mostrara-se satisfeito com as suas muitas conquistas, mas, por outro lado, via desanimado o meio ambiente sofrer ao sabor das oscilações políticas, dos estratagemas obscuros dos grandes capitalistas, da ignorância do povo e do descaso e da corrupção nas esferas oficiais, como afirmou em 1986:
"Estou muito decepcionado com as coisas do futuro. Num país em que até os letrados ignoram a importância do meio ambiente é difícil ficar otimista, ter esperança. Mas, continuo brigando. Quando sei de qualquer tentativa de agressão ecológica vou ao governador, ao IBDF (hoje o Ibama), mas é difícil. No Brasil não há planejamento ecológico, não há verbas. Abrem concurso para fiscal do IBDF, aparecem cinco mil candidatos, mas, só contratam cinco. E as matas continuam sendo derrubadas. Estive na Inglaterra e vi o trabalho de recuperação do rio Tâmisa, que era uma coisa imunda, cheia de detritos, e hoje está belo, limpo. Fiquei pensando: o que foi feito ali equivale a muitos e muitos orçamentos de todas as atividades de preservação realizadas no Brasil. Infelizmente, não temos esta consciência.... Vejo que a preservação florestal depende do presidente do IBDF: se ele gosta da natureza, dá força a este aspecto; se é mais ligado às questões comerciais, é uma tragédia. Há 35 anos, escrevi que estávamos caminhando para construir na Amazônia o segundo maior deserto do mundo. Hoje, a previsão vai se confirmando. No primeiro ano, depois que desmatam, é uma beleza: o solo continua fértil, produz-se muito. Mas, depois, a matéria orgânica é lixiviada para as profundezas do solo e planta nenhuma vai lá embaixo buscá-la. Forma-se o cerrado, depois a caatinga e, finalmente, o deserto".16

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