quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Pré-Cambriano: início do movimento das placas tectônicas. Registros pré-cambrianos no Pará, Brasil.

Também grafado Pré-Cambriana ou Pré-Câmbrico, é o nome tradicional que se dá ao conjunto deéons anteriores ao Fanerozóico: o Proterozóico, o Arqueano e o Hadeano. Apesar de obsoleto, ainda consta do Quadro Estratigráfico Internacional da Comissão Internacional sobre Estratigrafia daUnião Internacional de Ciências Geológicas. Já recebeu nomes como Azóico ("sem vida") e Criptozóico ("vida oculta"), atualmente em desuso.
O Pré-Câmbrico ou Pré-Cambriano (em português do Brasil) está compreendido entre o aparecimento da Terra, há cerca de 4,5 bilhões de anos, até o surgimento de uma larga quantidade de fósseis, que marca o início do período Cambriano da era Paleozóica do éon Fanerozóico, há cerca de 540 milhões de anos.
Sabe-se pouco dos eóns pré-cambrianos, apesar de corresponderem a sete oitavos da vida da Terra, já que as modificações a que a crosta terrestre foi submetida posteriormente dificultam a interpretação dos vestígios deste. A maioria dos conhecimentos atuais deve-se a descobertas efetuadas nas últimas quatro ou cinco décadas. Foi durante o Pré-Cambriano que os eventos mais importantes da história da Terra aconteceram:

Fóssil de Spriggina flounensi, um artrópode ou anelídeo encontrado na Austrália.
A mais antiga e mais vasta divisão do tempo geológico (gr. proteros = primeiro + zoé= vida). O seu início não é ainda definitivamente conhecido, ultrapassando, entretanto, a casa dos quatro bilhões de anos (estimativa baseada na radioatividade); o seu término deu-se aproximadamente há 500 milhões de anos. Designam-se comumente como pré-cambrianos os terrenos formados durante essa era. Constituem-se de rochas metamórficas (gnaisses, xistos) intensamente dobradas e falhadas e rochas ígneas (granitos, etc.). A sua importância econômica é muito grande, porque nos terrenos dessa era estão as maiores reservas de ferro conhecidas, manganês, etc., sem mencionar-se ouro, cobre, níquel, prata, pedras preciosas, material de construção, etc. Distribuem-se os terrenos pré-cambrianos largamente pelo mundo, sendo as suas áreas maiores de ocorrência chamadas "escudos". Na Austrália constituem o Escudo Australiano; na África, o Escudo Etiópico; na Ásia, o Escudo Angárico; na Europa, o Escudo Báltico; e, na América do Sul formam dois escudos principais: o Escudo Guianense, ao norte do Rio Amazonas, e o Escudo Rio Grandense, que compete ao sul e sudeste do Rio Grande Do Sul, norte e nordeste do Uruguai. Fósseis de idade pré-cambriana são comparativamente raros: estruturas possivelmente originadas por algas (Collenia, etc.), moldes de medusas, etc. A ocorrência de rochas grafitosas em terrenos desta era sugere vida orgânica, enquanto os depósitos de ferro e de calcário são considerados por muitos autores como sendo resultantes da atividade de bactérias.


 http://www.cprm.gov.br/publique/media/evento_0364.pdf
DOMÍNIOS TECTÔNICOS DO PRE-CAMBRIANO DO PARÁ
Marcelo Lacerda Vasquez (1); Lucia Travassos Rosa Costa (2); Cristiane da Silva Sousa (3); Evandro Luiz Klein (4); Cesar Lisboa Chaves (5).
(1) CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; (2) CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; (3) CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; (4) CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL; (5) CPRM - SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL.
Resumo: O mapa tectônico do estado é um dos produtos que compõe os mapas geológicos estaduais da CPRM-SGB. Neste é apresentado a compartimentação tectônica dos domínios pré-cambrianos que são compostos de associações que refletem o ambiente tectônico e a época de formação destas. O agrupamento das associações tectônicas também reflete a orogênese ou tafrogênese responsável pela sua formação. No Pará, os granitóides e greenstone-belts mesoarqueanos (3,0-2,83 Ga) do Domínio Rio Maria são os terrenos mais antigos. Estes são sucedidos pelos greenstone-belts e granitóides neoqueanos (~2,76 Ga) do Domínio Carajás. Complexos máfico-ultramáficos (2,97 e 2,76 Ga) ocorrem
associados às duas gerações de greenstone-belts e uma bacia plataformal, cortada por diques máficos de 2,7 Ga, recobre o greenstone-belt neoarqueano. O início do Paleoproterozóico nestes domínios foi marcado por um magmatismo máfico-ultramáfico sideriano (~2,4 Ga),
seguido pela deposição de bacias plataformais e intracontinentais siliciclásticas (<2,03 Ga). Os precursores dos gnaisses e granulitos afetados pelas orogêneses do Ciclo Transamazônico são mesoarqueanos a siderianos (3,1 a 2,3 Ga) e sofreram eventos metamórficos de alto grau no Riaciano (2,19-2,06 Ga). No Domínio Bacajá ocorrem greenstone-belts e granitóides siderianos (2,45-2,35 Ga). Nos orógenos riacianos as rochas de arcos de ilhas/magmáticos de 2,26-2,13 Ga e de bacias relacionadas marcam a acresção pré-colisional, enquanto os charnockitos e granitóides de 2,11-2,05 Ga correspondem à fase sin a pós-colisional. Os orógenos riacianos ocorrem no Craton Amazônico (domínios Bacajá,
Carerucuru, Paru, Santana do Araguaia e Bloco Amapá) e no Fragmento Cratônico São Luis, este último em parte foi retrabalhado durante o Ciclo Brasiliano. No oeste, destaca-se o orógeno orosiriano do Domínio Tapajós composto por rochas de 2,03-2,0 Ga de arco de ilha e
respectiva bacia, rochas de um arco vulcânico de 2,0 Ga e por granitóides de 1,98-1,96 Ga e rochas de 1,92-1,89 Ga posteriores à colagem do arco ao continente a leste. Na parte central e noroeste, um extenso vulcano-plutonismo félsico de 1,89-1,86 Ga, com termos intermediários e máficos subordinados, seguido pela implantação de bacias de rifte continental marcam a tafrogênese orosiriana nos domínios Iriri-Xingu  e Erepecuru-Trombetas, que se estendeu aos domínios adjacentes. Esparsas ocorrências de rochas máficas e félsicas de 1,78 e 1,76 Ga  nos domínios orosirianos indicam que este processo se estendeu ao Estateriano. No sudoeste, ocorrem rochas do arco vulcânico de 1,78 Ga do
Domínio Juruena, intrudidas por granitos de 1,76 Ga e recobertas por uma bacia de antepaís (<1,74 Ga). Ocorrências locais de magmatismo máfico (~1,2 Ga) e sienítico subsaturado do Esteniano são os únicos registros mesoproterozóicos. Os cinturões neoproterozóicos (Araguaia e Gurupi) são marcados por uma sedimentação toniana de

 margem passiva, por vezes com ofiolitos associados. Sienitos subsaturados  de 732
Ma e complexos carbonatíticos, respectivamente no nordeste e centro-norte, marcam um magmatismo alcalino criogeniano. Um granito de 550 Ma e bacias de riftes ediacaranos, no nordeste do estado, são os últimos registros pré-cambrianos no Pará.
Palavras-chave: domínio tectônico; pré-cambriano; pará. 


 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tect%C3%B3nica_de_placas 

Teoria da tectónica de placas

Durante a década de 1960 fizeram-se grandes progressos e mais foram despoletados por várias descobertas, sobretudo a da dorsal meso-atlântica. Salienta-se a publicação, em 1962, de uma comunicação do géologo americano Harry Hess (Robert S. Dietz publicou a mesma ideia um ano antes na revista Nature. No entanto, a prioridade deve ser dada a Hess, pois ele distribuiu um manuscrito não publicado do seu artigo de 1962, em 1960). Hess sugeriu que os continentes não se moveriam através da crusta oceânica (como sugerido pela deriva continental) mas que uma bacia oceânica e o continente adjacente moviam-se conjuntamente numa mesma unidade crustal ou placa. Nesse mesmo ano, Robert R. Coats do U.S. Geological Survey descreveu as principais características da subducção no arco insular das Ilhas Aleutas. Esta sua publicação, ainda que pouco notada na altura (tendo sido até ridicularizada), tem sido de então para cá considerada como seminal e presciente. Em 1967, Jason Morgan propôs que a superfície da Terra consiste de 12 placas rígidas que se movem umas em relação às outras. Dois meses mais tarde, em 1968, Xavier Le Pichon publicou um modelo completo baseado em 6 placas principais com os seus movimentos relativos.

Expansão dos fundos oceânicos


Alternância de polaridade magnética nos fundos oceânicos.
A descoberta da alternância de polaridade magnética das rochas dos fundos marinhos e da sua simetria relativamente às cristas meso-oceânicas sugeria uma relação. Em 1961, os cientistas começaram a teorizar que as cristas meso-oceânicas corresponderiam a zonas estruturalmente débeis onde o fundo oceânico estava a ser rasgado em dois, segundo o comprimento ao longo da crista. O magma fresco proveniente das profundezas do interior da Terra sobe facilmente através destas zonas de fraqueza e eventualmente flui ao longo das cristas criando nova crusta oceânica. Este processo, mais tarde designado por expansão dos fundos oceânicos, em funcionamento há muitos milhões de anos é o responsável pela criação dum sistema de dorsais oceânicas com uma extensão próxima de 50 000 km. Esta hipótese era apoiada por vários tipos de observações:
  • nas cristas ou nas suas proximidades, as rochas são muito jovens, tornando-se mais antigas à medida que nos afastamos delas;
  • as rochas mais jovens presentes nas cristas apresentam sempre a polaridade actual (normal);
  • faixas de rocha paralelas às cristas com alternância de polaridade magnética (normal-inversa-normal…) sugerem que o campo magnético da Terra tem sofrido muitas inversões ao longo do tempo.
Ao explicar quer o padrão de alternância de polaridade das rochas, quer ainda a construção do sistema de dorsais meso-oceânicas, a hipótese da expansão dos fundos oceânicos ganhou adeptos e representou mais um grande avanço no desenvolvimento da teoria da tectónica de placas. Mais ainda, a crusta oceânica passou a ser vista como um registo magnético natural da história das inversões do campo magnético terrestre.

A descoberta da subducção

Uma importante consequência da expansão dos fundos oceânicos era que nova crusta estava a ser (e é-o ainda hoje), formada ao longo das cristas das dorsais oceânicas. Esta ideia caiu nas graças de alguns cientistas que afirmaram que a deslocação dos continentes pode ser facilmente explicada por um grande aumento do tamanho da Terra desde a sua formação. Porém, esta chamada teoria da Terra expandida, não era satisfatória pois os seus defensores não podiam apontar um mecanismo geológico convincentemente capaz de produzir tão súbita e enorme expansão. A maioria dos geólogos acredita que o tamanho da Terra terá variado muito pouco ou mesmo nada desde a sua formação há 4.6 biliões de anos, levantando assim uma nova questão: como pode ser continuamente adicionada nova crusta ao longo das cristas oceânicas, sem aumentar o tamanho da Terra?
Esta questão intrigou particularmente Harry Hess, geólogo da Universidade de Princeton e contra-almirante na reserva e ainda Robert S. Dietz, um cientista do U.S. Coast and Geodetic Survey, que havia sido o primeiro a utilizar o termo expansão dos fundos oceânicos. Dietz e Hess estavam entre os muito poucos que realmente entendiam as implicações da expansão dos fundos oceânicos. Se a crusta da Terra se expandia ao longo das cristas oceânicas, teria que estar a encolher noutro lado, raciocinou Hess. Sugeriu então que a nova crusta oceânica se espalhava continuamente a partir das cristas oceânicas. Muitos milhões de anos mais tarde, essa mesma crusta oceânica acabará eventualmente por afundar-se nas fossas oceânicas – depressões muito profundas e estreitas ao longo das margens da bacia do Pacífico. Segundo Hess, o Oceano Atlântico encontrava-se em expansão enquanto o Oceano Pacífico estava em retracção. Enquanto a crusta oceânica antiga era consumida nas fossas, novo magma ascendia e eruptava ao longo das cristas em expansão, formando nova crusta. Com efeito, as bacias oceânicas estavam perpetuamente a ser "recicladas", com a criação de nova crusta e a destruição de antiga crusta oceânica a ocorrerem simultaneamente. Assim, as ideias de Hess explicavam claramente por que é que a Terra não aumenta de tamanho com a expansão dos fundos oceânicos, por que é tão pequena a acumulação de sedimentos nos fundos oceânicos e por que é que as rochas oceânicas são muito mais jovens que as rochas continentais.


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