Origem do Pinhal da Leiria.
A corte pulula de intelectuais. Privilegia-se o duelo da palavra em vez do duelo da espada.
O rei é um intelectual. É o maior poeta deste período.
A língua portuguesa começa a
tomar forma. Está a querer passar do português arcaico ao português moderno. Em 1296
a Chancelaria Régia, opta pelo português como escrita
oficial.
Em 1297 é assinado o Tratado de
Alcanises pelo qual se fixaram, definitivamente, as
fronteiras de Portugal até aos nossos dias.
Portugal é um dos raríssimos países do mundo com fronteiras estáveis desde o
século XIII. Isso deve-se à qualidade excepcional dos primeiros reis e ao carácter
independente do povo.
D. Dinis (O Rei Lavrador) cria mercados e feiras francas por todo o país. Manda semear, arrotear e
enxugar terras. Nuns lados divide as terras em casais, noutros adopta o regime colectivista, a parceria ou a jugada. Decreta que os fidalgos e nobres não percam nobreza e honras ao
tornarem-se lavradores. É semeado o pinhal de Leiria que, além de impedir o avanço das dunas,
vai proporcionar a madeira para a construção dos barcos. Proíbe que as ordens religiosas
adquiram bens de raiz para que a terra seja melhor dividida. Aumenta as relações comerciais e
diplomáticas com a França, a Flandres e a Grã-Bretanha. Cria uma considerável frota
marítimo-comercial, supervisionada pelo almirante genovês Manuel Pessanha.
Em 1308 é organizada a marinha portuguesa.
Em Portugal, o pinhal de Leiria marcou o início da plantação intensiva de monocultura do pinheiro bravo.
O pinhal foi inicialmente mandado plantar pelo rei D. Afonso III (e não por D. Dinis como se julga habitualmente) no século XIII, com o intuito de travar o avanço e degradação das dunas, bem como proteger os terrenos agrícolas da sua degradação devido às areias transportadas pelo vento, e que se tornara uma grande preocupação para os habitantes da região. Procedeu-se assim à sementeira de uma área extensa que acompanha o litoral. Alguns autores atribuem até o começo da plantação do pinhal a D. Sancho II.
Seria então mais tarde, entre 1279 e 1325, aumentado substancialmente pelo rei D. Dinis, para as dimensões actuais.
Sempre que se procedia ao corte de árvores, esta era seguida de um replantação - desta forma o pinhal manteve-se intacto.
O pinhal de Leiria foi muito importante para os Descobrimentos Marítimos, pois a madeira dos pinheiros foi a usada para a construção das embarcações. O pez (alcatrão vegetal extraído dos pinheiros) foi ainda usado para proteger as caravelas, pelo que existem ainda fornos onde este era fabricado.
Mais tarde adquiria muita importância para o desenvolvimento económico e crescimento demográfico da região no século XVIII e XIX, uma vez que foi dos principais impulsionadores de indústrias como a construção naval, a indústria vidreira, metalurgia e produtos resinosos (através da extracção da goma dos pinheiros, no século XIX)- a madeira era usada tanto como matéria-prima como fonte de energia para as indústrias e habitações.
O pinhal continua ainda hoje como um local de lazer. Actualmente é possível circular dentro do pinhal. A mata é cerrada e permite muitas actividades ligadas à natureza, como passeios de bicicleta ou a pé. Ao longo das estradas que cortam o pinhal podemos encontrar vários miradouros, parques de merendas e fontes de água, sendo o local muito visitado durante o Verão. O pinhal é intersectado pela ribeira de Moel, que dá ao local um certo ar bucólico.
O pinhal tem muitas formações dunares.
A fauna do pinhal é dominada por coelhos e lebres, havendo também lontras, ouriços, raposas, texugos, toirões, saca-rabos, etc. No que respeita a aves, podemos encontrar corvos, gralhas, felosas, melros...
A flora do pinhal também é bastante variada. Para além do pinheiro bravo que domina a paisagem, há urzes brancas, fetos arbustivos, lentisco-bastardo, urzes rosadas e rosmaninho. No pinhal existem várias árvores de interesse público, como o eucalipto glóbulo ou o pinheiro serpente, bem como outras árvores de tamanho excepcional.
Hoje podemos encontrar o pinhal de Leiria dividido em 342 talhões, quase todos rectangulares (com excepção dos limítrofes) e com áreas aproximadamente iguais, de cerca de 35 ha. Estes talhões estão divididos por caminhos de areia, aos quais se dá o nome de aceiros (perpendiculares ao mar, identificados por letras de A a T, de Norte para Sul) ou arrifes (paralelos ao mar, identificados por números, entre 0 e 22, de Este para Oeste). Estes servem para um melhor ordenamento do território e também para impedir a propagação de incêndios florestais.
http://www.publico.pt/local/noticia/milhares-de-arvores-continuam-caidas-no-pinhal-de-leiria-apos-temporal-de-janeiro-1592140
Milhares de árvores continuam caídas no Pinhal de Leiria após temporal de 19 de Janeiro
manchete de 22 de Abril de 2013
Após temporal que afetou todo o Portugal, 100 mil árvores se encontram tombadas sobre o solo da Mata Nacional da Leiria, ou Pinhal do Rei, como também é conhecido, sem que o governo tenha tomado qualquer providência para sinalizar as vias obstruídas.
Tantas árvores tombadas podem vir a tornar-se um grande perigo em caso de incêndio.
"Três meses após o temporal de Janeiro, “continuam tombadas mais de 100 mil árvores” na Mata Nacional de Leiria, disse nesta segunda-feira à Lusa o presidente da Câmara da Marinha Grande (PS), citando dados da Protecção Civil Municipal."
http://www.regiaodeleiria.pt/blog/2013/02/25/maiorpinheirobravodopais/
Destaque para um gigante de cerca de 5 m de perímetro, que tombou no temporal de janeiro.
http://verbalizarprazeres.blogspot.com.br/2012/06/pinhal-de-leiria-1741-km2-de-exuberante.html
FOTOS DO PINHAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário